Pesquisa revela maus hábitos de brasileiros com celulares e tablets

Pesquisa revela maus hábitos de brasileiros com celulares e tablets:
RIO - A Intel revelou dados locais da pesquisa encomendada à Ipsos Observe sobre "Etiqueta Móvel" em oito países, incluindo o Brasil. No total, 95% dos brasileiros entrevistados disseram que as pessoas deveriam ter mais educação ao utilizar dispositivos móveis em público. Mas, boa parte dos que reclamam dos maus hábitos também incomodam.
Segundo a Intel (que está investido em chips móveis), a pesquisa tem como objetivo compreender os consumidores. Cerca de 40% dos adultos e adolescentes compartilham dados todos os dias, mas o excesso é um dos maus hábitos: 60% acreditam que as pessoas divulgam informações além do necessário. No Brasil, 78% dos adolescentes entre 13 e 17 anos disseram que passam o dia inteiro compartilhando, principalmente fotos.
Nas redes sociais foi observado que 22% dos adolescentes brasileiros atualizam seus perfis obsessivamente, várias vezes ao dia, usando celulares e tablets. Entre os adultos a prática é comum para 16%.
"A etiqueta é como interagimos uns com os outros”, explicou a autora e especialista em etiqueta Anna Post, do The Emily Post Institute em nota. “A etiqueta nos ajuda a decidir como compartilhar e nos conectar de maneiras positivas e que melhorem nossos relacionamentos”.
O percentual de reclamantes é o mesmo da França. E e “epidemia” de má educação ao celular também despertou a ira de indonésios (98%), chineses (97%) e australianos (94%) que reclamam da falta de discrição.
Música altamente irritante
Entre os principais maus hábitos dos usuários de dispositivos móveis no Brasil estão o uso de dispositivos com o volume muito alto (citado por 62% dos entrevistados e considerado altamente irritante por 72% dos adultos com mais de 55 anos) e falar ao telefone aos berros e incomodando os outros (59%). Falar ou digitar ao volante (53% e 49%, respectivamente) e assistir a conteúdo impróprio, como pornografia, em locais públicos (49%), também são motivo de reclamação no país.
Compartilhar via aparelhos móveis é mais comum durante as férias (afirmaram 54% dos entrevistados), eventos esportivos (24%), durante refeições (22%) e até em hospitais (20%). Mas há outro locais mais incomuns que também são cenários para compartilhar fotos e mensagens como no banheiro (16%), dentro do cinema (14%), durante um encontro romântico (13%), em igrejas (8%) e também em funerais (3%).
Os conteúdos mais compartilhados pelos brasileiros são: fotos (68%, maior média entre os oito países), notícias do dia (49%), recomendações de compras (48%), análises de produtos (47%) e esportes (41%). Cerca de 70% consomem música e divulgam suas preferências na internet.
Contrastes
Mas enquanto digitar no celular ao caminhar pela rua é considerado extremamente indelicado em países como Indonésia, Japão e Índia, no Brasil apenas 27% dos entrevistados consideraram a prática irritante.
Brasil e Indonésia são os países em que mais se discute religião on-line, com 39% dos entrevistados publicando sobre o assunto com frequência, em contraste com Japão (1%), França (3%) e Austrália (8%).
E embora 28% considere o uso excessivo de abreviações muito incômodo, 41% dos brasileiros entrevistados admitiram a prática. O mesmo acontece com os erros de gramática e ortografia, considerados irritantes por 42%, e admitidos por outros 30%.
Para 44% dos adultos brasileiros, compartilhar detalhes da sua vida on-line é mais confortável que informar pessoalmente no mundo offline.
Mas os mentirosos estão à solta: 33% dos adultos admitiu ter uma personalidade on-line diferente da sua vida real, e 23% admitiram ter compartilhado informações pessoais falsas pela rede. Os homens são um pouco mais mentirosos que as mulheres – 26% contra 21% no Brasil.
Mesmo com riscos quanto à veracidade do conteúdo, mais da metade (57%) se sente mais conectado às pessoas que publicam informações sobre suas vidas pessoais - como amigos e parentes - por poderem compartilhar e consumir informações online via dispositivos móveis.
Entre os principais motivos para compartilhar tanto no Brasil estão: opinar ou fazer declarações (65%) e fazer novos amigos (54%).
Segundo a Intel, a pesquisa foi realizada nos Estados Unidos pela Ipsos Observer no mês de março. Um estudo posterior on-line foi realizado entre junho e agosto em outros sete países: Austrália, Brasil, China, França, Índia, Indonésia e Japão (as amostras foram selecionadas com base na população on-line de cada região).

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